Tudo?
Tudo!
Se ele há coisa no mundo das gosmas que a bebé estava a namorar para cima de uma data de tempo, eram estes maganos! Os gosmentos que mudam de cor e maínãoseiquê.
Porque é que não tinha comprado ainda? Dois motivos super simples, nada de física quântica. O primeiro é porque daquele grupo de sei lá quantas gosmas a bebé foi-se logo encantar por uma que desapareceu da face da terra para todo o sempre. Aquele que passa de cinzento a beje e vice-versa. Caramba! Devem te descoberto que aquilo que se me fazia cancro nas unhas, ou assim, porque o desgraçado foi-se mesmo para nunca mais voltar. Eu, sempre na esperança que ele estivesse apenas temporáriamente esgotado, esperava e esperava e esperava que ele aparecesse de novo para o poder comprar...
O segundo motivo é o do costume. Sou furra demais para largar uns 10 dólares mais portes por um único tolueno. Activou-se assim em mim o modo: não compres ainda que isto não tarda deixa de ser novidade e baixa de preço! Tá bem, tá...
Yada, yada, yada começo a ver outras gosmas a desaparecer para todo o sempre, outras a tornarem-se peças de coleccionador caríssimas e eu penso cá para mim: tu queres ver, Marta... queres ver que não compras esta porcaria e ela vai desaparece também e depois tu ficas toda traumatizada e chorona que querias e não tens, e porque é que não compraste na altura e coiso e tal e nãoseiquê? Com isto em mente enfiei-me no E-bay e prantchs, abarbatei aquele que se me pareceu que tinha um efeito mais evidente, a seguir ao falecido Innocent / Daring (*chuinf* - lágrima vertida - paz à sua gosma).
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Claire's - Happy / Earthy |













Quatro camadas depois (o que vale é que seca depressa e é fácil de aplicar) lá ficamos nós com um verniz fosco nas unhas. Como eu não se me estava a apetecer fosquidão, pumba uma camada generosa do roxinho da Colorama para lhe dar brilho e um ar mais gordinho. Impecável.
Aqui começam a vir as dicas da bebé.
Dica número um: se tiverem unhas muito curtas não vale a pena vir reclamar de que a gosma está avariada ou que lhe faltam as pilhas e tal. Ele muda de cor por ser sensível à temperatura. A unha que fica em contacto com a pele é quentinha, da temperaura do corpo, e vai ficar da cor "quente" da gosma. É a parte que sai fora do dedo, a chamada unhaca, que estará mais frescota e que irá adquirir aquele efeito de "inglesinha". E esse é o efeito que este verniz faz durante, eu diria, uns 86,5% do tempo.
De resto lavar a louça até se torna divertido na medida em que "esfrega o prato, mexe no detergente = cor mais fria; passa o prato pela torneira para sair a nhaca = cor mais quente)....
Dica dois: embora não faça grande sentido, na minha experiência pessoal parece que a "mudança" precisou de um catalisador, de um empurrãozinho para deslanchar. Acabei de pintar a unha à espera da magia e nada! A unha ficou toda de um verde maromenos. Assim que lhes dei um choque térmico, a coisa acordou para a vida e depois acabou por Inglesar naturalmente e de forma quase permanente.
Dica três: parece que a cor "quente" tem mais memória. Ou seja, se encostarem parte da unha a uma coisa particularmente quente, a mancha mais clara vai ficar na unha durante imenso tempo. Bem depois de todo o resto uniformizar à temperatura ambiente, ainda se vão notar as partes que se encostaram, sei lá, a uma chávena escaldada. Daí que eu recomende que enfiem as mãos numa penica de água quente ou até num prato de sopa como eu mesma fiz, e depois deixem o frio fazer o seu trabalho naturalmente.
Dica quatro: quanto menos bodegas meterem entre a gosma e o vosso corpo, mais notório será o efeito cromático. Assim é de evitar grandes camadas de base e, principalmente, aquelas bodegas de gelitos e acrílicos e porcelanas e toda aquela parafernália de equivalentes de silicone nas mamas que a malta põe hoje em dia nas unhas. Se não forem das do clube que usa tudo au naturell, esqueçam(!), que esta gosma não é para vocês.
E agora, como não há nada como o real time, vejam lá como a coisa funciona ao vivo. Sim, deixei para fazer esta pequena obra nomeada à Palma de Ouro de Cannes em casa e daí a iluminação soberba, que em nada é ajudada pelo facto de ter um gato pendurado em cima da mesa para dar fé do que estou a fazer, assim projectando sombras com a sua cabeçuda presença. A câmara treme porque estou a tentar enxotá-lo com o ombro para ver se ele se afasta sem eu ter que interromper a minha filmagem para lhe dar um grito angustiado de "saiiiiii daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii"... isso era tudo para continuar o video sem que vocês se apercebessem do que se estava a passar e no entanto, agora reparo, acabei de vos dizer tudo na mesma... affff... mais valia ter mandado logo o gato ir dar uma curva. Enfim, vidas.