Pipa - Impala

Olá!
Tudo?
Tudo!
Post curto sobre gosma mas longo sobre a vida e metafíscas e cenas do camandro.
Bom, despachemos a gosma que sei que é para isso que serve aqui o antro.
Quando saiu esta colecção há coisa de uns 30 anos (em idade de lançamento de verniz), cobicei TODOS e um deles em particular, o maldito Pipa. Parecia ser do mais original que há e mais não sei das quantas, e eu sou gaja que aprecia acima de tudo a originalidade. Então fiquei num frenesi babatório até o ter finalmente nas mãos. Esse momento seminal da posse do Pipa aconteceu há mais de um ano o que, só por aí, já dá para perceber que ele não cumpriu os requisitos em relação ao esperado, uma vez que só hoje ele saiu do baú .
É aguado, não cobre o branco da unha por mais camadas que se passem, fica com um ar deslavado... enfim, no meu livrinho preto das gosmas é um FAIL. É cuti e tal, mas isto não é Jesus.

Impala - Pipa

Só usei esta nhaca uma única vez. Foi para este post. Agora vejam lá a quantidade de gosma que ficou a faltar no frasco! Sim, isto levou umas 70 camadas. Bom, ok, 70 não diria, mas quatro levou de certeza.

Agora a metafísica: tal como com a gosma, eu aprecio sobejamente pessoas originais. Gente criativa, gente inovadora, malta que quebra o template e se destaca da carneirada. Mesmo que essa originalidade não tenha nada a ver com o meu estilo pessoal, sempre prefiro mil vezes essas pessoas papa Cerelac de arroz do que aquelas que são muita malucas e máinãoseiquê, mas que são autênticos papagaios do pirata e que se colam aos criativos para depois cagar reles imitações.
Lembro-me de ter visto, há long time ago, um qualquer blog da vida a usar uma expressão que eu vi ser cunhada pela minha cara amiga e fellow blogger, a Lady Ximi. Sabem o que eu senti nesse momento? Vergonha alheia! Como é que uma saloia (desculpem lá dizer a verdade, hã) se lembra logo de se colar a uma pessoa que pensa tão fora da caixinha? Mas será que a malta não tem a noção de quando a pele que quer vestir não lhe assenta de modo algum? O que vale é que a Lady é Lady mas não é parva, e arreou a giga em relação à toscaria. Ainda bem. Até me senti aliviada só de ler.
Enfim, vergonha alheia é o sentimento que me tem batido à porta todos os dias ao ser re-direccionada para torpes e vazios cantinhos de monos circenses. O que é triste nisto é que EU é que fico com vergonha e a fraca e patética imitação acha que abafa.
Por isso bebés, ouçam a tia Marta: não queiram ser a camisa Lagoste das feiras ambulantes de província, vendidas pelos ciganos. Prefiram ser a modesta t-shirt da H&M, de algodão orgânico a 9.90€. Essa pelo menos não é pretensiosa e não deve nada a ninguém. Ou acham mesmo que alguém acredita que uma pessoa que trabalha a amanhar peixe na secção de congelados do Pingo Doce tem patacão para comprar Lacoste? Assumam-se! Desenvolvam! Transmutem! Evoluam! Criem algo! E não me fodam a cabeça, vá!
Beijufinhas, sua fofuxentas lindochas!

P.S.: desculpem se a palavra "transmutem" ofendeu alguém, tá? Mas é que há coisas que me deixam mesmo tipo coiso.